O jamelão, jambo, jambolão, jamborão, baguaçu, jalão[1], joão-bolão, topin, manjelão, azeitona-preta, ameixa roxa[2], baga-de-freira, oliveira, brinco-de-viúva ou guapê (Syzygium cumini, ex-Eugenia jambolana Lam. ou Syzygium jambolanum DC.) é o fruto da planta de mesmo nome da família Myrtaceae. A espécie é nativa da Índia, mas gosta mesmo é do Brasil, particularmente do Litoral, e aqui na região é abundante.
São árvores que podem chegar até dez metros de altura. Possuem frutos pequenos e arroxeados quando maduros. A coloração dos frutos provoca manchas nas mãos, tecidos, calçados e pinturas de veículos, tornando a planta pouco indicada para o preenchimento de espaços públicos.
O fruto possui uma semente única e grande, quando comparada com o tamanho do fruto, envolta por uma polpa carnosa. Apesar de sabor um pouco adstringente, é agradável ao paladar. Na Índia, além de ser consumido in natura, é usado na confecção de doces e tortas.
Apesar de as árvores desta espécie serem abundantemente usadas em arborização urbana, os jamelões são pouco comercializados, em decorrência de sua alta perecibilidade. Os jamelões costumam deixar as calçadas manchadas de roxo devido à queda dos frutos maduros.
A árvore pode atingir 10 metros de altura. Sua copa possui folhagem abundante. Seus ramos possuem coloração acinzentada-claro com fissuras escuras e cicatrizes foliares aparentes. Apresenta folhas simples, opostas e elípticas. Inflorescência com numerosas flores pequenas hermafrodita de cor creme. O fruto é de cor escura, variando entre o roxo e o negro, de forma ovóide, possui uma única semente e mede de 2 a 3 cm de comprimento.
Significados religiosos
Segundo a tradição hindu, o deus Rama alimentou-se somente desta fruta na floresta por 14 anos durante o seu exílio de Ayodhya. Devido a isto, muitos hindus denominam o jamelão como o “fruto dos deuses”, especialmente em Gujarat, na Índia, onde é conhecido localmente como jamboon.
Krishna e outros protagonistas da mitologia hindu foram descritos como tendo a pele da cor do jamelão.
Caraterísticas Fitomedicinais
A frutificação ocorre de janeiro a maio e os frutos são do tipo baga, assemelhando-se bastante às azeitonas. Sua coloração, inicialmente branca, torna-se vermelha e posteriormente preta, quando maduras. Sua semente fica envolvida por uma polpa carnosa e comestível, doce, mas adstringente, sendo agradável ao paladar. No Brasil, o fruto é geralmente consumido in natura,porém esta fruta pode ser processada na forma de compotas, licores, vinhos, vinagre, geléias,geleiadas, tortas, doces, entre outras. O fruto do jambolão apresenta em torno de 88% de água, 0,34% de cinzas, 0,30% de lipídeos, 0,67% proteínas, 5,91% de acidez (ácido citrico), 10,7% de carboidratos totais, 1% de açúcares redutores, 0,28% de fibra alimentar, 9,0ºBrix e pH de 3,9. O principal mineral encontrado nesta fruta é o fósforo e a vitamina em maior abundância é a vitamina C.
No jambolão são encontradas algumas substâncias químicas denominadas fitoquímicos ou compostos secundários. Estas substâncias são produzidas naturalmente pelas plantas para se protegerem do ataque de pragas e doenças e também ajudam a suportar as condições adversas do ambiente. Muitos destes fitoquímicos atuam na prevenção e no combate de doenças crônicas como o câncer e as doenças cardiovasculares. Exemplos de fitoquímicos encontrados nas diferentes partes da planta
são flavonóides como as antocianinas, a quercetina, a rutina a mirecetina com seus glicosídeos (açúcares) e os taninos hidrolisáveis. Ainda a presença do
polifenol, ácido elágico, deve ser considerada por ser uma substância comprovadamente eficaz na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis.
A casca do caule do jambolão apresenta propriedades anti-inflamatória,anticarcinogênica e serve como medicamento para controle de diabetes. Os frutos do jambolão apresentam alta atividade antioxidante e também, ação hipoglicemiante. Especial atenção deve ser dada à presença do ácido elágico que também é encontrado em outras pequenas frutas, como o mirtilo, a amora-preta e o morango. Este composto apresenta características antioxidantes e anticarcinogênicas. Assim como as outras partes da planta do jambolão, as folhas possuem substâncias com ação antidiabética, exercendo função hipoglicemiante, mimetizando as ações da
insulina, regulando os níveis glicêmicos e influenciando no metabolismo e estoque de glicogênio hepático. Os estudos com as folhas do jambolão ainda se mostram bastante contraditórios e esta discordância entre autores pode estar relacionada à influência dos fatores climáticos na síntese dos compostos bioativos encontrados. O extrato das folhas do jambolão, ainda apresenta ação antiviral, anticarcinogênica, anti-inflamatoria, antibacteriana e antialérgica. Estudos mostram que o extrato das sementes de jambolão reduz danos no tecido cerebral de ratos diabéticos, além de apresentar atividade antifúngica e antibacteriana.
Como consumir
O fruto deve ser consumido in natura para conseguir aproveitar todas as suas propriedades. No entanto, o chá feito com as sementes carrega também todos esses benefícios.
Além disso, o produto já pode ser encontrado como doce, vinhos, geleias e tortas, mas é preciso tomar muito cuidado, pois todos esses alimentos preparados retiram as propriedades da fruta e ainda possuem muitos açúcares.
Como preparar o chá?
O chá de jambolão tem se tornado muito comum para tratamentos dos problemas mencionados no tópico dos benefícios e propriedades do jambolão, além de auxiliar no tratamento de diarreia.
Para preparar, você deve usar a proporção de duas colheres de chá das sementes para cada caneca de água. Em um recipiente, coloque as sementes, amasse bem e reserve. Em outro recipiente, coloque a água e leve ao fogo até alcançar fervura. Coloque a água por cima das sementes e então tampe deixando a mistura descansar por um período de aproximadamente dez minutos e consuma em seguida sem adoçar. A dose indicada é de três xícaras ao dia.
Geléia de Jambolão
Ingredientes:
1 kg. da fruta sem caroço, liquidificada
1/2 kg de açúcar
Misturar o açúcar com a fruta liquidificada, levar ao fogo baixo, mexendo seguidamente, quando reduzir e a consistência estiver boa (firme ou quando começar a saltar), retirar do fogo e… deliciar-se.
Fontes: Embrapa, wikipedia, sites diversos