A cidade de Peruíbe, no litoral de São Paulo, está com seu hospital de campanha pronto para atender pacientes com caso suspeito ou confirmado do novo coronavírus quando for necessário. A unidade foi planejada de forma preventiva de maneira que a prefeitura não precise esperar um possível colapso para que venha tomar medidas no município.
O local, que foi feito nos últimos anos para abrigar a nova maternidade do município, estava programado para ser inaugurado no início de maio mas, por conta da emergência, foi preparado para o combate à doença.
O prefeito Luiz Mauricio explica que, de forma preventiva, a cidade conseguiu a aprovação junto ao Governo do Estado, para este projeto de um hospital de campanha em Peruíbe. “Nos comprometemos a estruturar o atendimento de menor complexidade e solicitamos ao Estado respiradores para que possamos utilizar nas UTIs. Tentamos a compra pelo município, mas devido à alta demanda, não conseguimos.”
Para maior economia ao município e maior agilidade de estruturação a administração municipal utilizou o prédio da maternidade que já estava para ser reinaugurado. O planejamento era para que tudo estivesse pronto na primeira quinzena de maio.
“Felizmente, tudo correu conforme planejado. Adquirimos os mobiliários necessários fizemos as adequações de infraestrutura, instalamos os ares-condicionados e contratamos sistema de gases.”
Prefeito Luiz Maurício
Atualmente nem todos os leitos da UPA no município estão ocupados. Os hospitais da região receberam incrementos nos últimos dias, o que possibilitou o aumento de seus leitos. O Hospital Regional de Itanhaém passará de 10 leitos de UTI para 30 e os leitos de enfermaria de 15 para 60. O aumento geral de leitos na nossa região chegará a marca de 350.
Hoje a marca de ocupação dos leitos tem sido em torno de 80%, mas a expectativa é de que nos próximos dias seja reduzida a cerca de 50% com os novos leitos. Dentro do plano de contingência da prefeitura, os leitos do hospital de campanha serão abertos por fases. Conforme foi pactuado regionalmente, quando a taxa de ocupação nos hospitais da região for superior a 80% serão abertos os leitos de enfermaria e de UTI (ainda na dependência da chegada de respiradores).
De acordo com o prefeito, a ação está sendo feita de maneira planejada e preventiva, com olhar local e regional, e tomando medidas com base o orçamento municipal, para que haja condições de atender toda a população.
Medidas com bases técnicas
“Quando iniciamos o enfrentamento à Covid-19, sabíamos que estávamos tratando de um inimigo desconhecido”, afirma o prefeito Luiz Mauricio. Segundo o chefe do Executivo, todas as medidas na cidade têm sido tomadas com base em indicativos técnicos e científicos, dentro de um plano de contingenciamento de crise planejado para ser aplicado conforme a realidade e necessidade do município.
Inicialmente a prefeitura montou um fluxo diferenciado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h. Utilizando o prédio do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), a administração municipal organizou um novo fluxo para que os pacientes pudessem ser atendidos com segurança na unidade, assim como os profissionais da saúde trabalhassem com o máximo de segurança possível.
A Secretaria de Saúde aumentou o número de leitos disponíveis para 12 na enfermaria, sendo seis para casos suspeitos de Covid-19 e seis para pacientes que sofrem de outra enfermidade, além de três leitos na emergência, um deles para paciente suspeito para Covid-19 e dois para os outros pacientes.
De acordo com o a administração municipal, desde o início da pandemia houve há também um cuidado a mais com os profissionais da área de saúde, que estão na linha de frente ao enfrentamento do coronavírus. A prefeitura disponibilizou hospedagem gratuita, oferecendo assim, mais conforto e segurança a todos eles e seus familiares.
“Concedemos uma gratificação de 30% na remuneração e investimos em EPIs de forma emergencial, para que todos pudessem trabalhar em segurança, seguindo também as orientações do Ministério da Saúde. Aumentamos o contingente dos profissionais da área de saúde, através de um novo processo seletivo, que possibilitou a contratação de mais de 50 profissionais.”
Segundo o chefe do Executivo, o município manteve o planejamento metropolitano, monitorando os números de casos na região e a ocupação de leitos em nossos hospitais de referência. E em razão do indicativo de colapso na ocupação de leitos na região, algumas cidades tomaram a iniciativa de montar seus hospitais de campanha.
Ele explica que, caso não seja necessária a utilização do hospital de campanha, em razão do recente aumento de leitos na região, ou quando tudo isso passar, a prefeitura abrirá imediatamente a maternidade nesse prédio. “Seguindo rigorosamente as orientações das organizações mundiais de saúde e com muito trabalho, responsabilidade e serenidade conseguiremos, juntos, passar por essa pandemia. Por isso temos orientado: se puder, fique em casa.”